quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A Incorporeidade de D-us

D-us é segundo nos ensina a Toráh, um Ser Supremo, criador, e Incorpóreo, sendo apenas Espírito, e não tendo principio tal como não terá fim, por Ele todas as coisas vieram a ser criadas.

Além da Torá, há escritos rabinicos que nos falam sobre a natureza divina de HaShem, o Eterno, um desses livros é do Rabbi Moshê Cahim Luzzatto, cujo título é O Caminho de D-us, e é precisamente um ensaio sobre os fundamentos da fé judaica.

Moshê Chaim, começa o seu livro assim: "[1] Todo o Judeu deve saber e acreditar que existe um ser primário, sem começo nem fim, que trouxe todas as coisas para a existência, e continua sustentando-as. Este Ser é D-us. [2] Outrossim, é necessário saber que a verdadeira natureza de D-us não pode ser compreendida por outro que não seja Ele Mesmo.

Mais adiante, Chaim, não fala propriamente da incorporeidade do Eterno, muito possivelmente porque não podemos pensar e imaginar o que deveras não existe, apenas se refere à simplicidade do Ser de D-us de Quem emanam todas as coisas.

Luzzatto refere que o mundo denso, (físico), emana do mundo espiritual, sendo o Mundo espiritual o que é próprio do Eterno, e dos seres celestiais, que influenciam todas as coisas do mundo físico.

Moshê Maimonides, o Rambam, fala-nos de D-us no sentido de imagem, que o homem lhe atribuiu, devido à sua necessidade de compreender a Ação do Eterno e da Sua Divina bondade, assim é denominado de Elohim (masculino) na sua Ação, mas é contudo denominado Yawéh (H.W.H.Y.) O Tetragrama sagrado, que é tido como feminino devido à sua bondade e natureza.

Contudo em Bereshit 1,26 em que diz: "Façamos o Homem à nossa imagem e semelhança", aqui atribui-se o valor das imagens, e da representação antropomórfica de D-us no cristianismo, algo contrário aos ensinamentos toraídicos, visto que há aqui dois aspectos a ter em conta: 1.º no plural Elohim, fala de nós, devido aos seus vários atributos, 2.º a imagem e semelhança do Homem com D-us, é a sua natureza espiritual, que emana do próprio D-us.

No entanto poderíamos acrescentar e como forma de complementar os ensinamentos rabinicos, que a natureza espiritual de D-us e sobre a sua incorporeidade, levam-nos a ter a noção clara que nem um Ser poderá ser a encarnação de D-us, o Mashiach é o Enviado do Eterno, mas não será o Eterno em Si mas sim o ungido.

Mordechai Shlomo



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O Monoteísmo Judaico

D-us é revelado na Toráh, particularmente em Devarim 6,4, (Deuteronómio) pela oração do Shemá: “Ouve Óh Yisrael, O Senhor é o teu D-us, O Senhor é UM” (שְׁמַע יִשְׂרָאֵל האֱלֹהֵינוּ האֶחָד) “Shmáh Yisrael, Ad-nai Eloheinu, Ad-nai Echad” Temos assim uma oração que é também um mandamento, o mandamento de recita-la como expressão máxima da nossa fé.

O Judaísmo surge como a afirmação de um povo que é contrário às tradições e crenças dos seus vizinhos pagãos, recusando-se a adorar ídolos de imagens, ou de reis divinizados, os homens tementes a D-us, submetem-se à crença de um Ser Supremo, Eterno, Uno e Invisível, que se revelou no passado a Enoch e a Noé, e mais tarde a Abraão, o pai da fé, que a propagou a seus filhos, lutando contra a idolatria, e ensinando a incorporeidade do Eterno, mas denominando-o de Elohim.

Se tivermos em conta que no hebraico o final de uma palavra no plural masculino é “im” e que D-us é designado de El, então pensaríamos que a Toráh falan-nos em Bereshit, de vários deuses, mas não é assim de facto. O plural de Elohim, refere-se aos poderes do Eterno, da sua omnipotência, omnipresença e omnisciência. Contudo ao crente a natureza do Eterno é inatingível na sua compreensão, pelo que não o pode representar nem definir com conceitos meramente humanos.

O facto de os hebreus / israelitas, acreditarem num único D-us supremo, tal como ordenado no Decálogo ou Dez Mandamentos (עשרת הדברים) que quer dizer As Dez Palavras, e assim forma-se a crença num D-us único, o Ser Criador e invisível, eterno e cuja imagem é meramente espiritual, não nega a razão, devido a que no pensamento judaico razão e fé não são contrários, mas antes complementares, tal como o dia e a noite, o homem e a mulher, um é o complemento do outro, nesse sentido podemos começar a compreender o caminho do monoteísmo judaico a partir dos ensinamentos toraídicos.

Assim, o que melhor define a fé judaica e a sua fidelidade são os treze princípios de Moshê Maimonides, e que são o nosso credo:

1. Creio com plena fé que D-us é o Criador de todas as criaturas e as dirige. Só Ele fez, faz e fará tudo.

2. Creio com plena fé que o Criador é Único. Não há unicidade igual à d’Ele. Só ele é nosso D-us; Ele sempre existiu, existe e existirá.

3. Creio com plena fé que o Criador não é corpo. Conceitos físicos não se aplicam a Ele. Não há nada que se assemelhe a Ele.

4. Creio com plena fé que o Criador é o primeiro e o último.

5. Creio com plena fé que é adequado orar somente ao Criador. Não se dever rezar para ninguém ou nada mais.

6. Creio com plena fé que todas as palavras dos profetas são autênticas.

7. Creio com plena fé que a profecia de Moshê Rebênu é verdadeira. Ele foi o mais importante de todos os profetas, antes e depois dele.

8. Creio com plena fé que toda a Torá que se encontra em nosso poder foi dada a Moshê Rebênu.

9. Creio com plena fé que esta Torá não será alterada e que nunca haverá outra dada pelo Criador.

10. Creio com plena fé que o Criador conhece todos os atos e pensamentos do ser humano.

11. Creio com plena fé que o Criador recompensa aqueles que cumprem Seus preceitos e pune quem os transgride.

12. Creio com plena fé na vinda de Mashiach. Mesmo que demore, esperarei por sua vinda a cada dia.

13.Creio com plena fé na Ressurreição dos Mortos que ocorrerá quando for do agrado do Criador.


Mordechai Shlomo




segunda-feira, 24 de agosto de 2015

As Árvores - HaEtzim העצים

As árvores העצים (HaEtzim) são por natureza o Símbolo do Judaísmo, da vida e da sabedoria, em pequeno Eu já gostava imenso das árvores, não sabia o porquê, mas sempre me fascinaram, agora o judaísmo mostrou-me a razão dessa admiração.
E as árvores sempre me diziam em silêncio, o que só o meu espírito entenderia, elas diziam-me não tanto a minha origem, mas sim o meu destino; O nosso destino, o de todos os Bnei Anusim, o destino de retornar às origens e a missão de juntos reerguermos Sefarad. 

Foi uma árvore que me serviu de casa de oração nos momentos mais difíceis, a essa árvore dei-lhe o nome de "Beit El", debaixo da sua copa, realizava os meus Shacharit, por ela orava ao Eterno, e quando me fui despedir dessa árvore antes de regressar ao meu país, ela docemente fez com que uma folha caísse e fosse parar em cima dos meus pés,  peguei a folha com cuidado e respeito, e trouxe-a comigo, simbolizando que Bet El cumpriu a sua missão e que eu iniciava a minha.

Os filhos e filhas de D-us são como as árvores, as raízes são o símbolo da fé, o tronco e os ramos são o símbolo dos nossos valores, a verticalidade e o crescimento intelectual e ético. Os frutos representam o resultado das nossas ações e escolhas nesta vida.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Hoje, Todos Somos Charlie

Hoje estamos todos de luto, atacaram a democracia com o sangue de homens livres, no Coração da Liberdade.

Por Filipe de Freitas Leal
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