quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Começou a ser celebrado o Hanukkah de 5771

O Hanukkah de 5771 ou 2010, começou a ser preparado e é hoje iniciado em todo o mundo, segundo o calendário hebraico, 24 de kislev, Yom Hamishi (quinta-feira) à noite acende-se a primeira vela da Menorah Hanukkiah, que é a vela auxiliar para acender as outras oito e a essa vela chamamos de "Shamash". A cada dia acender-se-á uma vela da Hanukkiah até ao oitavo dia que termina a Hanukkah.
Em todo o mundo, Rabis e membros das municipalidades. participam na preparação da montagem e acendimento das Hanukkiahs espalhadas por todo o mundo onde a comunidade judaica é significante. No Brasil, EUA, Alemanha (ver foto) Reino Unido entre outros, claro sem falar em Israel a nossa Terra-Mãe.
Na Alemanha a Hanukkiah foi instalada próximo a uma árvore de Natal de 17 metros de altura, decorada na semana passada no entanto o mau tempo na Alemanha, que já matou oito pessoa, tem afastou tanto curiosos locais como turistas, quer judeus ou não, de qualquer forma poder-se-á ver de algumas casas a Hanukkiah instalada na praça do Portão de Brandemburgo, onde oito rabis enfrentaram o frio e neve para dar alegria aos 200 mil judeus alemães.
A história da Hanukkah, está ligada ao domínio grego que impôs, após uma guerra sanguinária, perseguições severas contra os judeus, proíbindo a religião e queimando rolos da Toráh, provocou ainda a "Desolação da abominação" ao colocarem imagens de idolatria dentro do Templo sagrado.
Macabeu libertou Israel e retirou do Templo as imagens de idolatria, fez um novo menoráh de metal menos nobre, mas com uma ânfora com azeite para um dia fez-se o milagre de as luzes da Menoráh durarem oito dias. Daí as oito velas
mais a chumash que formam a Hanukkiah.

As Crianças costumam brincar com Sevivons ou Dreidels, piões com letras hebraicas, e essas letras são o נ Nun de Nes = milagre; o ג Guimel de Gabol = Grande; o ה Hey de Haya = Foi ou Era e o ש Shin de Sham = Lá, juntos formam a frase: "Um grande milagre aconteceu lá".
Para além disso dá-se às crianças prendas e também dinheiro o chamado Dmei Chanukkah דמי חנוכה ou dinheiro de Hanukkah, em idish dis-se Chanukkah Guelt.
As crianças comem doces e em especial um bolo chamado "Sufganiot" uma especie de Berliner com creme, que somando ao ambiente festivo, familiar e religioso tornam o Hanukkah uma festa com um grande sentido de identidade judaica desde a tenra idade.
Filipe Leal

domingo, 28 de novembro de 2010

Shoah Regressa às salas de cinema

"Shoah", o melhor documentário de sempre regressa às salas.

Este monumental documentário de Claude Lanzmann sobre o holocausto nazi, foi considerado pela edição nova-iorquina de revista "TimeOut", como o melhor documentário de sempre.
O filme vai voltar em 2011 ao circuito comercial norte-americano, 25 anos depois da sua estreia.
Shoah, de 1985, lidera a lista dos 50 documentários.

Suplemento "ípsilon" do jornal "Público", dia 26 de Novembro de 2010

 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A presença hebraica na distinta monarquia lusitana

É um facto que a sociedade medieval portuguesa vivia dividida em sectores com origens étnicas e religiosas distintas, havendo uma maioria cristã, e duas minorias, a judaica e a muçulmana. Sabia-se sem grandes rodeios quem era quem neste cantinho chamado Portugal, nos séculos XIII, XIV e XV.

Após o decreto de expulsão, desígnio do rei D. Manuel na defesa do ideal de (um reino e uma só religião), judeus e muçulmanos tornar-se-ao numa nova e odiada classe presente na vida portuguesa a partir do século XV, os cristãos-novos, e assim, nasceu no país uma divisão social que durará praticamente até aos nossos dias, porque na realidade, cristãos-velhos e novos sempre se manterão a uma distância apreciável, a real integração nunca foi objectivo de ambas as partes, e muito menos algo conseguido pelas autoridades régias.

Porém, nada disto foi impedimento para ligações amorosas, a provar isso mesmo são os imensos casamentos mistos, fruto muitas vezes de paixões avassaladoras. Que o diga a judia Inês Pires Esteves, filha do Barbadão, e D. João I, rei de Portugal, não foram casados é certo, mas deste relacionamento nasceu um filho, o D. Afonso, o 1º duque de Bragança, e o 8° Conde de Barcelos e Conde de Ourém.

Este D. Afonso era ilegítimo, mas recebeu uma educação esmerada e foi sempre bem acompanhado por nobres e pelo seu próprio pai, não escondendo de todos este filho.
D. João I fez doações importantes referentes a diversos bens a D. Afonso, e vai mais longe, estabelece condições para que este seu filho case com D. Beatriz Pereira de Alvim, condessa de Barcelos e condessa de Arraiolos, filha única e herdeira do seu melhor amigo, o famoso condestável de Portugal, D. Nuno Álvares Pereira, herói que salvou o reino em Aljubarrota.

D. Afonso herda todo um vasto património, criando as bases para que a Casa de Bragança se torne uma das mais importantes casas da nobreza portuguesa e europeia, dando origem a uma dinastia própria, a partir de 1640, com o rei D. João IV.


Não nos fiquemos por isto apenas, já D. António Prior do Crato, que muitos defendem a sua legitimidade como rei de Portugal, era filho do príncipe D. Luís e de uma cristã-nova, de seu nome Violante Gomes (A Pelicana), e neto do famigerado rei D. Manuel I.

Nasceu na cidade de Lisboa em 1531, morrendo em França exilado, em 1595.
Dizem que a dita senhora era lindíssima, e D. Luís acabou por não conseguir resistir ao encanto feminino de Violante.

Depois da morte do cardeal rei D. Henrique, seu tio, e perante a crise sucessória e a consequente ameaça de Castela, muitos cristãos-novos apoiaram o partido de D. António para se tornar rei.

D. António chegou a aclamar-se rei em Santarém, a 24 de Junho de 1580, no meio de um povo apoiante da sua causa. Ali prestou juramento perante todos, que morreria se fosse necessário pela defesa e independência do reino.

Tudo acabou por correr mal, Portugal perde a sua soberania para Filipe II de Espanha, e D. António Prior do Crato acabou por se refugiar em França, perseguido pelos seus inimigos.




D. António, Prior do Crato

Estes dois episódios são bem reveladores de como judeus e cristãos-novos deixaram tão forte presença histórica, e de uma maneira completamente transversal marcaram toda uma sociedade, até aqueles que aparentemente estariam menos expostos ou imunes a isso, a mui nobre e distinta monarquia lusitana.


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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Massacre de Chmielnicki

Segundo a história local, 12.000 judeus são massacrados por cossacos, liderados por Bogdan Chmielnicki. Os massacres de Chmielnicki resultaram na morte de centenas de milhares de judeus polacos e ucranianos.



terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sucot a Festa das Cabanas

Após o Yom Kippur, comemorou-se, em todas as comunidades judaicas espalhadas pelo Mundo, A Festa das Cabanas, Sucot como é dito em Hebraico. סוכות ou סֻכּוֹת sukkōt, cabanas) é um festival judaico que se iniciou no dia 15 de Tishrei de acordo com o calendário judaico. Também conhecido como Festa dos Tabernáculos ou festa das colheitas visto que coincide com a estação das colheitas em Israel, no começo do Outono. É uma das três maiores festas do judaísmo, conhecidas como Shalosh Regalim, onde o povo de Israel ia em peregrinação ao Templo de Jerusalém.

A Festa é especialmente comemorada como cumprimento da Lei Mosaica, que nos dá a Mitzváh de comemorarmos esta festividade, que relembra-nos os 40 anos de deserto após a saída do Egipto.

Mas também nos lembra a reconstrução do Templo, por Neemias após a permissão dada por Ciro da Pérsia, aquando do grande exílio da Babilónia os judeus haviam perdido o seu Templo, o seu país, mas agarrando-se à sua fé em D-us nunca desistiram de regressar a Jerusalém. O mesmo podemos dizer que se repetiu com a grande Diáspora depois da guerra Romano-judaica, em que milhares de judeus foram massacrados, crucificados e expulsos da sua própria terra, para todos os cantos do Mundo, ainda assim agarraram-se com mais fé a D-us HaShem, e depois de 2000 anos conseguiram reaver a sua pátria, juntando o povo judeu num só Israel.

Nenhum outro povo mostrou tamanha fé, nenhum outro povo após a perda de seu território permaneceu a existir como o povo de D-us o povo judeu. E o Senhor mostrou que está sempre com o povo judeu.
Por isso Sucot lembra-nos tudo isto, mas de uma forma curiosa, são usadas 4 espécies, que nos revelam as atitudes humanas perante a Toráh e a pratica do bem.

A Toráh diz:
"E tomareis para vós, no primeiro dia, o fruto da árvore formosa (Etrog), palmas de tamareiras e ramos de murta e salgueiro de ribeiras, e vos alegrareis diante do Eterno, vosso D'us por sete dias".(Levítico 23:40)
Ramo de Lulav - tem sabor, mas não tem cheiro, simboliza aqueles que estudam a Toráh mas não praticam as boas ações Nela ensinadas.
Ramos de Murta - tem um cheiro bom, mas não têm sabor, simboliza assim as pessoas que possuem boas ações, mas não estudam a Toráh.
Ramos de Salgueiro - não tem nem cheiro nem sabor, simbolizando todos aqueles que carecem tanto de estudar a Toráh bem como de fazer boas ações.
Etrog, é um tipo de Cidra amarela, tem paladar e aroma bons, simbolizando assim todos aqueles que tanto estudam a Toráh como praticam boas ações.

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